
Você no mercado de trabalho II
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Ser proativo
A história de Juçara e de Ivo coloca em evidência uma das características mais valorizadas no mercado de trabalho contemporâneo: a proatividade.


Juçara é reativa, ou seja, só faz as coisas reagindo a solicitações. O chefe precisa pedir: veja se tem papel, verifique se há tinta colorida, e assim por diante. Mesmo quando o chefe percebe que precisará reimprimir várias folhas do trabalho, Juçara não se sente aludida, acha que “nem é com ela”, e só faz o que o chefe manda.
Funcionários como Juçara, que chegam atrasados, que são reativos, que reclamam de tudo, se mostram competitivos demais e, se não tiverem nada para fazer, até acham bom, não têm mais vez no mercado de trabalho. Com a quantidade de atividades que cada profissional assume no seu dia a dia, as empresas tendem a preferir pessoas que se antecipem aos acontecimentos, que resolvam o que podem por si mesmas e não dependam de muitas explicações do chefe – que, por sua vez, também vive ocupado.
Já Ivo tem outra postura. Chega na hora, é bem-disposto e parece pronto para o trabalho. Faz uma dedução simples: se alguém vai imprimir um material, não basta só ligar a impressora, é bom verificar outros aspectos. Ele se antecipa aos problemas, analisa a atividade com uma visão global, evita o retrabalho.
Como diz a música docompositor Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!” Isso também vale para a postura do profissional da atualidade.
Profissionais proativos se antecipam, pensam mais à frente, exercitam a visão global, evitam o retrabalho. São autônomos e não esperam alguém pedir para fazer algo que sabem que é necessário.
Ser ágil
Lembra do ditado “a pressa é inimiga da perfeição”? Ele está mudando. As organizações precisam de agilidade, com qualidade.
Imagine uma empresa que atua num setor bem competitivo; por exemplo, telefonia celular ou vendas pela internet. Por que a agilidade é importante para trabalhar nessas empresas?
Lembra do ditado “a pressa é inimiga da perfeição”? Ele está mudando. As organizações precisam de agilidade, com qualidade.


Num mundo altamente competitivo, as empresas precisam reagir com muita rapidez aos desafios do mercado. Imagine, por exemplo, que você trabalha numa empresa de telefonia celular e uma concorrente anuncia uma promoção bem atraente.
A empresa em que você trabalha certamente precisará encontrar, com agilidade, uma estratégia para manter os clientes.
Esse desafio é mais diretamente ligado aos setores de Marketing, comercial, vendas... Mas o senso de urgência atravessa toda a organização: certamente muitos funcionários precisarão de informações com rapidez, fornecedores precisarão ser contratados em pouco tempo, “reuniões-relâmpago” precisarão ser convocadas... Quando você perceber, a empresa inteira estará envolvida no ritmo de alta produção.
Esse ritmo é cada vez mais constante no mercado de trabalho de hoje. Os prazos são curtos, as mudanças são aceleradas. Por isso, profi ssionais que conseguem trabalhar e gerar resultados com agilidade são muito valorizados.
Profissionais ágeis trabalham com rapidez, sem perda de qualidade. Eles têm consciência de que prazes devem ser cumpridos e não esperam a última hora para realizar as atividades. Têm processos de trabalho definidos e boa organização.
Ter capacidade de adaptar-se e ser flexível
Converse com profissionais que você conheça e que já estejam há mais de dez anos no mercado de trabalho. Tente descobrir como a rotina deles mudou, de dez anos para cá. Eles se adaptaram às mudanças?


Há alguns anos, surgiu um dispositivo chamado pager. Ele logo ganhou popularidade. Em pouco tempo, não havia profissional que andasse sem o seu pager – na bolsa, no cinto, no bolso da calça – pronto para receber recados. Funcionava assim: a pessoa ligava para uma central telefônica, ditava o recado para uma atendente e, em seguida, esta passava o recado como mensagem de texto para o pager do destinatário. Parece coisa do passado, não é? Mas ocorreu há apenas alguns anos. Foi um recurso muito útil para profissionais que precisam ser localizados em qualquer parte, como o caso dos médicos. Até para casais de namorados era “uma mão na roda”!
O pager é um dispositivo que transmite mensagens de texto.

Com os celulares, os pagers acabaram caindo em desuso. E o que vem por aí? Ninguém sabe ao certo. hoje temos os smartphones, aparelhos ainda mais sofisticados, com mais recursos...
Surgem novas tecnologias o tempo todo. A vida é assim: as ciências fazem novas descobertas, surgem novas profissões e outras são extintas. O que faz um telegrafista no mundo da internet? E um profissional que dissesse: “Eu não uso celular”? Para um mundo em contínua mudança, são necessários profissionais capazes de se adaptar ao novo.
Momento de reflexão
A quantidade de novidades que a indústria tecnológica lança está diretamente ligada ao consumismo. As propagandas querem nos convencer de que tudo o que não é novo deveria ser descartado, para que assim haja mais vendas.
Você já pensou que isso também invade o mundo do trabalho? Há pessoas que têm abertura para se adaptar, mas o mercado pode rejeitá-las, porque elas tinham outra profissão ou porque são de uma era de trabalho diferente.
Lendo sobre a vida de profissionais de sucesso, encontramos muitas situações em que a capacidade de adaptação foi decisiva. Essa adaptação existe em diversos graus. Há histórias até engraçadas, como a de um famoso executivo que conta que, certo dia, ficou sabendo que o principal cliente da empresa estava para fazer-lhes uma visita-surpresa. A sala dele estava uma bagunça, e a equipe de limpeza simplesmente havia sumido. Não houve outro remédio senão arregaçar as mangas, tirar a gravata e passar a mão na vassoura!
Esse é um caso simples, mas há outros mais ousados, como as pessoas que tiveram que mudar de área. Imagine o caso de profissionais que trabalhavam com a tecnologia dos pagers. O que eles estão fazendo agora? Certamente alguns aprenderam novas tecnologias, outros mudaram de área. Talvez alguns estejam desempregados, pois sempre existe o risco: num mundo tão competitivo e exigente, quem não consegue se adaptar é penalizado, ainda mais porque vivemos numa sociedade em que os profissionais nem sempre têm as mesmas chances.
Imagine que você trabalha agência de modelos. Um dia seu chefe lhe diz: “Preciso que você quebre um galho por hoje. O telefonista faltou e não teremos ninguém para atender o telefone!” Como você reagiria?
Você está na corrente do mercado de trabalho de hoje se disse que aceitaria “quebrar o galho” pelo tempo necessário. Cobrir uma necessidade da empresa, em razão de uma emergência, fazendo algo que está ao seu alcance, não é motivo para recusa. Nesse caso, o chefe não está pedindo nada de mais, nem se trata de algo extremamente distante da sua função.
Profissionais que são capazes de se adaptar a novas realidades são flexíveis, estão abertos a novidades, vêem as dificuldades como desafios e buscam sempre superar-se.
Aprender sempre
Dois conceitos estão presentes no texto que você leu até aqui: mudança e aprendizagem.
O profissional de hoje precisa ser capaz de mudar, certo? E mudar é aprender!


Se você já está no mercado de trabalho, pense: como você era quando mal começou a trabalhar? Você certamente aprendeu muitas coisas. Lembre de algumas coisas que você aprendeu no trabalho (e não havia aprendido na escola).
Num mercado em que as empresas precisam ter alta capacidade de adaptação e mudança, os profissionais devem aprender coisas novas o tempo todo. Mudam as tecnologias, os processos, encontram- se outras formas de fazer as coisas, surgem novas áreas... E o que os profissionais fazem? Aprendem!
Hoje não basta decorar conteúdos, porque eles mudam e surgem conhecimentos inusitados. É preciso saber aprender o tempo todo, mesmo sem a ajuda de um professor.
Antes as pessoas pensavam que aprender era saber repetir, por isso decoravam tudo o que o professor falava. Hoje se sabe que aprender é reelaborar conceitos, propor questões, encarar desafios.
Muitas organizações investem na formação de seus profissionais, por meio de cursos presenciais e à distância, treinamentos, seminários, apoio à graduação e à pós-graduação de funcionários. Se você trabalhar numa empresa assim, aproveite da melhor maneira essas oportunidades.
Mesmo se a empresa em que você trabalhar não tiver essa prática, procure manter-se atualizado. Só quem estuda permanece no mercado de trabalho.
Profissionais que aprendem sempre são interessados e curiosos, buscam conhecer as novidades de sua área, leem bastante, estão por dentro e antenados com o que acontece e sabem que sempre têm algo para descobrir. Eles têm consciência de que não sabem tudo e buscam se aprimorar cada vez mais.