Taxonomia de Bloom

Você conhece os teóricos, metodologias e instrumentos que fundamentaram a aplicação e criação de objetos de aprendizagem?

Embora se trate de tema atual, é interessante entender que alguns autores da década de 50 e 60 desenvolveram metodologias educacionais e instrumentos que hoje são utilizados como referência para estudo e aplicação das metodologias ativas e criação de objetos de aprendizagem.

Vamos conhecer aqui, neste recurso, o conceito da Taxonomia de Bloom, criado em 1956 pelo doutor em Educação Benjamim Bloom e revisada por Lorin Anderson e David Krathwohl, em 2001.

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Taxonomia é a ciência de classificação, denominação e organização de um sistema predeterminado e que tem como resultante um framework conceitual para discussões, análises e/ou recuperação de informação.
- SIGNORI et al., 2016

A taxonomia de Bloom é utilizada para classificar objetivos de aprendizagem e foi apresentada, em 1956, pela primeira vez, com a publicação de “A Taxonomia dos Objetivos Educacionais, a Classificação das Metas Educacionais, Manual I: Domínio Cognitivo” (no título original: “The Taxonomy of Educational Objectives, The Classification of Educational Goals, Handbook I: Cognitive Domain”).
- BLOOM, 1956

A metodologia e o processo de aprendizagem do estudante

Na taxonomia de processos educacionais há três capacidades: a cognição, a afetividade e a psicomotora, em que o estudante deve se desenvolver. Vamos conhecer as categorias/domínios de cada capacidade?

COGNIÇÃO

Categorias/domínios: lembrar, entender, aplicar, analisar, avaliar e criar.

AFETIVIDADE

Categoria/domínios: receptividade, resposta, valorização, organização e caracterização.

PSICOMOTORA

Categorias/domínios: imitação, manipulação, articulação e naturalização.

Vamos entender na prática?

Anderson e Krathwohl’s (2001, p.30, tradução nossa), explica que:

As categorias da dimensão do processo cognitivo são destinadas a fornecer um conjunto abrangente de classificações para os processos cognitivos dos alunos incluídos nos objetivos. (..) as categorias vão desde os processos cognitivos mais comumente encontrados em objetivos, aqueles associados a Lembre-se, através de Compreender e Aplicar, para aqueles encontrados com menos frequência, Analisar, Avaliar e Criar.

Figura: Dimensões do processo cognitivo.

Criar - gerar novas ideias, conclusões ou hipoteses sobre o objeto de conhecimento.

Avaliar - utilizar certos critérios, normas ou padrões para julgar, criticar ou avaliar.

Analisar - desconstruir o todo em suas partes constitutivas, de modo a estabelecer relações sobre elas e como conferem significado ao todo.

Aplicar - transpor conhecimentos sobre um tema para lidar ou resolver determinada situação ou problema a ele relacionadas.

Entender - compreender elementos que conterem significado ao objeto de conhecimento.

Lembrar - identificar ou relembrar características relevantes do objeto de conhecimento.

Como aplicar esse conceito na prática?

Sabemos que Bloom tinha como premissa estabelecer objetivos de aprendizagem nos alunos e com isso planejar o processo de ensino e aprendizagem. Bloom, criou a tabela de verbos mais tarde revisitada por Anderson e Krathwohl’s e com esses verbos os educadores conseguem determinar ações para a aplicação e aperfeiçoamento de determinada capacidade.

Podemos aplicar esses verbos quando estamos criando objetos de aprendizagem e temos que definir quais serão os objetivos que queremos alcançar.

Capacidade x Definição x Verbos. Pronto para entender essas relações?

Agora você poderá exercitar suas habilidades cognitivas, para entender praticando! Vamos apresentar cards com as capacidades e definições e você deverá posicionar os verbos correspondentes. Esse é apenas um exercício e, ao final, você irá conferir quais são os verbos corretos, caso não acerte. Vamos lá?

CAPACIDADECAPACIDADE	DEFINIÇÃO
LembrarLembrar	O estudante irá identificar ou relembrar características relevantes do objeto de conhecimento.	Hipotetizar – Inventar – Construir – Elaborar – Desenvolver
EntenderEntender	O estudante irá compreender elementos que conferem significado ao objeto de conhecimento.	Julgar – Criticar – Apreciar – Examinar – Justificar
AplicarAplicar	O estudante irá transpor conhecimentos sobre um tema para lidar ou resolver determinada situação ou problema a ele relacionadas.	Interpretar – Exemplificar – Comparar – Explicar – Parafrasear – Resumir
AnalisarAnalisar	O estudante irá desconstruir o todo em suas partes constitutivas, de modo a estabelecer relações sobre elas e como conferem significado ao todo.	Usar – Calcular – Computar – Resolver – Demonstrar
AvaliarAvaliar	O estudante irá utilizar certos critérios, normas ou padrões para julgar, criticar ou avaliar.	Categorizar – Descontruir – Estruturar – Discriminar – Comparar
CriarCriar	O estudante irá gerar novas ideias, conclusões ou hipóteses sobre o objeto de conhecimento.	Identificar – Reconhecer – Recordar – Localizar – Definir

Agora que você exercitou a utilização dos verbos e conseguiu entender um pouco das relações entre capacidade, definição e verbo, você ainda pode estar se perguntando e como utilizo essa metodologia na prática?

Um exemplo que vamos abordar neste recurso são objetos de aprendizagem que a partir de um objetivo podemos classificar como fácil, médio e de difícil aprendizado, essa classificação também é muito importante quando pensamos no desenvolvimento do aprendizado e nos objetivos que queremos atingir.

Na prática, vamos pensar na elaboração de uma prova com questões de teste e a partir dos verbos classificar os níveis de grau de dificuldade que essas questões terão. Nesse sentido é importante entender a hierarquização e grau de dificuldade a partir dos verbos aplicados e assim poder testar os resultados desejados.

Complexidade X Dificuldade. Vamos ver como se relacionam?

O quadro resumo a seguir apresenta objetivamente as características de cada um dos níveis de complexidade que os objetivos de aprendizagem podem atingir, de acordo com a Taxonomia de Bloom revisada por Anderson e Krathwohl’s. O quadro também apresenta uma classificação que permite considerar as questões como sendo de grau fácil, intermediário ou difícil, a partir desses níveis de complexidade.

NÍVEL	DEFINIÇÃO	AMOSTRA DE VERBOS	CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE DIFICULDADE
LEMBRAR	O estudante irá identificar ou relembrar características relevantes do objeto de conhecimento.	Identificar – Reconhecer – Recordar – Localizar – Definir	Fácil
ENTENDER	O estudante irá compreender elementos que conferem significado ao objeto de conhecimento.	Interpretar – Exemplificar – Comparar – Explicar – Parafrasear – Resumir	Médio
APLICAR	O estudante irá transpor conhecimentos sobre um tema para lidar ou resolver determinada situação ou problema a ele relacionadas.	Usar – Calcular – Computar – Resolver – Demonstrar	Médio
ANALISAR	O estudante irá desconstruir o todo em suas partes constitutivas, de modo a estabelecer relações sobre elas e como conferem significado ao todo.	Categorizar – Descontruir – Estruturar – Discriminar – Comparar	Difícil
AVALIAR	O estudante irá utilizar certos critérios, normas ou padrões para julgar, criticar ou avaliar.	Julgar – Criticar – Apreciar – Examinar – Justificar	Difícil
CRIAR	O estudante irá gerar novas ideias, conclusões ou hipóteses sobre o objeto de conhecimento.	Hipotetizar – Inventar – Construir – Elaborar – Desenvolver	Difícil, mais apropriado para questões dissertativas.

Fonte: adaptado de Pelissoni (2009).

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Refletindo...

Esse foi um exercício em que suas habilidades cognitivas foram testadas, e o objetivo era saber se você conseguiu memorizar o conteúdo e fazer as relações corretamente. Quando pensamos em metodologias ativas ou qualquer outro tipo de metodologia de aprendizagem, o importante é saber qual objetivo se quer atingir e onde se quer chegar. Neste recurso você pode conhecer a teoria da Taxonomia de Bloom e exercitar sua habilidade cognitiva.

Resumindo...

A Taxonomia criada por Bloom e revisada por Lorin Anderson e David Krathwohl é atual para a aplicação de metodologias ativas e para o contexto de ensino e aprendizagem, cujos domínios foram discutidos por diversos autores ao longo do tempo. Os educadores têm utilizado o aspecto cognitivo, que é o mais conhecido. Lembrando que para Bloom o objetivo central era utilizar a Taxonomia para a elaboração de objetivos educacionais. Conheça a teoria revisada, clique aqui. Que tal colocar em prática esses conhecimentos?

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