O Renascimento muitas vezes é tratado como um movimento europeu. Porém, para que ele ocorresse, foi necessária a circulação do conhecimento científico entre centros e periferias, tendo como comunicação principal o Mar Mediterrâneo, em dimensões globais e regionais da história da ciência que evidenciam os hibridismos culturais.
Dois momentos históricos — o Império Alexandrino e a Expansão Islâmica — foram fundamentais na circulação do conhecimento e na troca cultural que, séculos mais tarde, influenciariam o Renascimento.
Clique nos botões abaixo para compreender melhor o fluxo cultural nesses períodos.

Com as conquistas territoriais de Alexandre Magno (Alexandre o Grande) no século IV a. C., a cultura grega expande-se a partir do Egito.

Em 332 a. C. é fundada a cidade de Alexandria junto ao delta do Rio Nilo.

A localização estratégica de Alexandria permitiu navegações fluviais pelo Rio e pelo mar Mediterrâneo, tornando-se um entreposto importante de trocas culturais entre o Ocidente e o Oriente.

As conquistas árabes: a expansão do islamismo, isto é, do império político muçulmano, iniciou-se com a conquista da Síria, da Palestina, da Pérsia e do Egito.

Por volta do século VIII, os domínios se estendiam ao Ocidente até o Marrocos e a Península Ibérica (Portugal e Espanha) e ao Oriente até a Índia.

Essas conquistas permitiram ampla circulação de saberes entre o Oriente e o Ocidente, através da tradução de obras para o árabe. Posteriormente, as obras alquímicas, médicas e matemáticas foram traduzidas para o latim quando entraram pela Península Ibérica e circularam pelos países da Europa durante a Idade Média.
