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Antiguidade Greco-romana
4000 a.C - 476 d.C
Na Antiguidade greco-romana os surdos não eram considerados seres humanos competentes. A dificuldade na comunicação oral era considerada uma impossibilidade de estabelecer uma linguagem e, por conseguinte, o pensamento. Esse grave erro privou os surdos de seus direitos legais.
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Idade Média
476 - 1453
Em função da ausência da fala, os surdos não tinham condições para firmar sacramentos religiosos e, por isso, suas almas não eram consideradas imortais. Essa situação se estendeu até o século XII, com o impedimento dos surdos de realizar casamentos.
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Pedro Ponce de Leon
Entre 1520 e 1584
Foi o primeiro educador de surdos de que se tem notícia. Na época, a principal motivação para a educação dos surdos era garantir o direito à herança. Um dos aspectos ensinados pelo educador era a oralidade, ou seja, ensinar o surdo a falar. Além da fala, o educador também ensinava a escrita, a leitura e a filosofia. Pedro Ponce de Leon teve êxito em seus métodos, demonstrando que os surdos eram capazes de aprender.
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Juan Pablo Bonet
Entre 1579 e 1629
Apropriou-se do método de Leon e em 1620 publicou um livro sobre a arte de ensinar surdos a falar. Dentre os aspectos que compunham o método estavam o alfabeto manual, escrita, língua de sinais e manipulação dos órgãos fonoarticulatórios. Esse método, ainda com foco na oralidade (mas com avanços no uso dos sinais) serviu como referência para outros educadores, que disseminaram suas ideias na Europa. Dois educadores (Amman e Wallis), que conheceram o método de Bonet, desistiram de ensinar a fala para os surdos ao final das suas carreiras porque se convenceram de que a língua de sinais era a melhor forma de comunicação para essas pessoas.
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Abade Charles-Michel de l’Epée
Entre 1712 e 1789
Inventor dos sinais metódicos e fundador do Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris (1760), o primeiro instituto de educação de surdos no mundo. L’Epée foi o primeiro educador a reconhecer que os surdos têm uma língua e diferentemente do que as demais pessoas pensavam, o surdo não precisa aprender uma língua oral para possuir linguagem. A partir dessa prerrogativa, o método da oralização deixou de ser o foco para o ensino de surdos.
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Thomas Gallaudet
Entre 1787 e 1851
Thomas Gallaudet viajou dos Estados Unidos para a Europa em 1816 em busca de métodos de educação de surdos. Para tanto, realizou estágio no Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris, fundado por l’Epée. No instituto, Gallaudet conheceu Laurente Clerc.
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Laurent Clerc
Entre 1785 e 1869
Laurent Clerc conheceu Gallaudet durante o estágio deste no Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris. Lá, ensinou a Gallaudet a língua de sinais francesa, bem como os sinais metódicos criados pelo abade l’Epée. Foi com Gallaudet para os Estados Unidos e, juntos, fundaram a primeira escola de surdos do país.
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Primeira escola de surdos dos EUA
1817
Thomas Gallaudet e Laurent Clerc fundam, em 1817, a Hartford School, em Connecticut, nos Estados Unidos. A língua utilizada nas salas de aula, precursora da LSF, englobava sinais metódicos adaptados para o inglês, alfabeto manual francês e sinais dos alunos surdos norte-americanos que já eram utilizados à época.
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Fundação do INES no RJ
1º de janeiro de 1856
Dom Pedro II, com base em relatório do Padre Huet, funda o Instituto Imperial de Surdos-Mudos, que futuramente seria denominado INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos). Por mais de um século, a instituição funcionou em regime de internato. Reuniu alunos de várias partes do país. Foi aí que começou a se desenvolver a libras: os sinais já em uso pelos surdos no INES, somados à influência da língua de sinais francesa trazida pelo Padre Huet e outros sinais metódicos originaram a libras como a conhecemos hoje. A disseminação se deu por meio do retorno dos surdos formados no INES às suas cidades de origem.
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Única universidade de surdos do mundo
1864
É fundada em 1864 por Edward Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet, a Gallaudet University, até hoje a única universidade para surdos do mundo. A instituição fica em Washington, nos Estados Unidos.
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Método combinado
Entre 1789 e 1880
Até 1880, a educação de surdos era realizada por meio principalmente da oralização, com sinais sendo utilizados como apoio na comunicação. Essa maneira de educar, que utilizava as duas formas, era chamada de método combinado.
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Congresso de Milão
1880
Em 1880, educadores surdos de diferentes países do mundo se reuniram em Milão para um congresso. Entretanto, houve participação de apenas um surdo. Como resultado do Congresso de Milão, ficou decidido que a melhor forma de educação dos surdos era o oralismo puro. Dessa forma, diz-se hoje que esse evento teve um impacto desastroso para os surdos, por conta da imposição do método oral puro, afastamento dos professores surdos e a proibição do uso da língua de sinais em ambiente escolar.
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Criação do Instituto Santa Terezinha
1929
Enquanto o INES era voltado aos surdos do sexo masculino, o Instituto Santa Terezinha era também uma escola para estudante surdos, mas voltada exclusivamente para alunas. No início, também era no regime de internato, que com o tempo foi alterado, bem como a restrição ao sexo masculino.
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Estudos de Lucinda Brito
Década de 1980
Até mesmo pela presença do INES, o Rio de Janeiro sempre teve grande participação no desenvolvimento da libras. E foi na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que o primeiro grupo de estudos linguísticos de língua de sinais surgiu, na década de 1980, coordenado por Lucinda Ferreira Brito, primeira linguista brasileira a se dedicar ao assunto.
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Criação da FENEIS
1987
A primeira entidade representativa da comunidade surda no Brasil foi a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS). Fundada em 1987, hoje conta com seis Administrações Regionais e tem suas atividades reconhecidas como de utilidade pública nas esferas federal, estaduais e municipais.
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Marcha “Surdos Venceremos”
Setembro de 1994
Foi o primeiro grande evento dos surdos no Brasil e angariou visibilidade para a causa. Os surdos reivindicaram o reconhecimento oficial da libras no Brasil, o direito à educação em libras e o provimento de intérpretes de libras em espaços públicos.
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Lei de libras
24 de abril de 2002
Publicação da lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, conhecida como a Lei de libras. Por meio dela, ocorre o reconhecimento oficial da libras como meio de comunicação e expressão das comunidades surdas brasileiras, bem como a garantia da acessibilidade de informações por meio da libras e a difusão da mesma por meio do ensino. Estabelece-se ainda a formação do professor de libras e do tradutor-intérprete de libras / língua portuguesa.
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Decreto que regulamenta a Lei de Libras
22 de dezembro de 2005
Para efetivo funcionamento, as leis precisam de uma regulamentação por meio de Decreto. No caso da Lei de Libras, isso aconteceu por meio do Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que avalizou e detalhou os pontos estabelecidos na lei.
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Criação do curso de Letras/Libras/UFSC
2006
Como parte dos desdobramentos da legislação citada, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou, em 2006, o curso de licenciatura em Letras/Libras na modalidade a distância. Foram 500 vagas em 9 polos pelo Brasil. Foi a primeira vez que um grande número de surdos teve acesso ao ensino superior público no Brasil.
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Expansão do curso de Letras/Libras/UFSC
2008
A Universidade Federal de Santa Catarina avançou na proposta do curso de licenciatura em Letras/Libras na modalidade a distância, de formação de professores, e expandiu a proposta para um bacharelado, a fim de formar tradutores/intérpretes. Então, em 2008, foram disponibilizadas 900 vagas em 16 polos brasileiros, divididas entre a licenciatura e o bacharelado.
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Retrocesso na educação de surdos
Março e abril de 2010
Entre março e abril de 2010, ocorreu a Conferência Nacional da Educação (CONAE), para a elaboração do Plano Nacional da Educação (PNE) para os próximos anos. Das 11 propostas apresentadas pela comunidade surda, apenas 3 foram aceitas. Essa grande rejeição às propostas se deu sob a justificativa de que as escolas de surdos eram segregacionistas, ou seja, estavam na direção contrária das políticas nacionais, que primam pela inclusão.
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Por que fechar o INES?
17 de março de 2011
Em 2011, ainda por conta do discurso de inclusão do aluno surdo em escolas regulares, a Diretora de Políticas Públicas e Educação Especial anunciou no próprio INES o fechamento da escola ainda naquele ano e o remanejamento dos seus alunos para escolas regulares. Após mobilização da comunidade surda, o INES não foi fechado.
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Setembro Azul
26 de setembro de 2011
Ocorreu no dia nacional dos surdos uma mobilização em todo o país em prol das causas da comunidade surda. Entre os objetivos da ação, estavam as lutas e as emendas específicas sobre a educação dos surdos no Plano Nacional de Educação, que estava em tramitação no Congresso Nacional.
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Vitória na Câmara dos Deputados
28 de maio de 2012
Após a mobilização do ano anterior, no Setembro Azul, a comunidade surda obteve grandes conquistas na Câmara dos Deputados. Na aprovação do Plano Nacional da Educação, entre outras iniciativas, foram incluídas as previsões de escolas e classes bilíngues além da escola inclusiva.
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